Mais um corte na Polícia Civil do Espírito Santo – Secretaria de Segurança Pública encerra projeto "Palma na mão"

A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social encerrou definitivamente o programa “Palma da Mão” sob a justificativa do plano de gestão de contenção de despesas desse governo.

No entanto, ainda que o país esteja vivendo uma de suas maiores crises econômica, encerrar serviços essenciais à investigação criminal é um golpe na sociedade, ainda mais quando se vê uma gestão governamental cortar de um e entregar a outrem quantia suficiente para comprar repelentes de mosquitos com preços até 03 (três) vezes mais caros que no mercado comum.

O programa em evidência consistia em fornecer aos policiais um “smartphone” com uma linha funcional com plano de internet e trouxe grande colaboração na obtenção de informações de modo a auxiliar na elucidação de crimes, tendo em vista que a internet permitia aos policiais terem acesso a aplicativos como o “Whatsapp” e “Facebook”, pois com a expansão do programa de internet via telefone celular, a comunicação com colaboradores através dos ditos aplicativos se tornou facilitada e extremamente essencial.

postA deficiência do programa estava no fato de as linhas telefônicas não possuírem a possibilidade de comunicação por voz, algo fundamental na vida policial, tendo em vista que durante levantamentos, obtenção de informações e para a solução de flagrantes, é extremamente necessário a conversa com colaboradores, colegas policiais desta mesma instituição ou de outras forças de segurança.

No entanto, ainda que deficitário, tem que se elogiar os avanços do programa. Com a tecnologia fornecida ao policial, muitos crimes foram solucionados em tempos recordes, em virtude do trabalho integrado entre as forças de segurança que se utilizam dos contatos, muitas vezes, por grupos de integração entre essas forças em aplicativos de comunicação via “chat”.

Muitos atos criminosos tiverem seus autores imediatamente qualificados e apreendidos por força dessa integração proporcionada pela utilização dessa tecnologia.

Ocorre que há algum tempo o governo, dando um passo atrás na investigação criminal, iniciou o fim do projeto. Inicialmente cortando a linha funcional, que já não era das melhores, considerando que o Estado possui contrato de prestação deste tipo de serviço com a OI, que é muito deficitária em sua transmissão de sinal, muitas localidades não possuem cobertura.

Por fim, no último dia 03 de maio, a Ditel enviou email aos policiais determinando a entrega dos aparelhos no prazo de 10 (dez) dias.

Tal atitude provocou um verdadeiro “apagão” na vida dos policiais, visto que, quando da entrega dos aparelhos, muitos se desfizeram de seus itens particulares e passaram a utilizar aqueles fornecidos pelo Estado – todos os aparelhos tinham a capacidade de receber 02 (dois) chips, um para o numero funcional e o outro para o particular – e com a devolução dos aparelhos ao Estado, cuja destinação destes é desconhecida, os policiais contemplados pelo programa ficaram sem essa forma de comunicação, muitos, literalmente “incomunicáveis”.

Até o momento só encontramos dois beneficiários do fim desse programa, as lojas de telefonia celular e os “bandidos”. O primeiro porque se iniciou uma enorme correria entre os policiais para a obtenção de aparelhos, o segundo porque tecnologia eles tem, mas o Estado não se cansa de cortar tecnologias essenciais à investigação criminal, cumprindo informar que policiais da DHPP costumam utilizar a internet emprestada pelo CerveJÁ, bar que fica frente àquela sede, pois lá sequer tem acesso a sistema wi-fi.

Outro problema vivido pelos policiais é a falta de acesso a redes sociais como o “Facebook, tão utilizado por criminosos, pois o acesso a este tipo de rede social é bloqueado à maioria dos policiais que trabalham nos setores de investigação.

O bloqueio a essas redes era justificado no fato de que o acesso “exagerado” poderia causar congestionamento da rede interna da polícia civil e no também em razão dos policiais serem beneficiários do programa em tela, pelos “smartphones” os policiais conseguiam ter acesso. Contudo no momento, o programa acabou.

Até o momento o Estado não apresentou qualquer projeto que venha a substituir este e poucas esperanças existem, considerando que estamos vivendo um verdadeiro sucateamento da polícia civil.

Atualmente o policial que quiser acompanhar a tecnologia utilizada pelos grupos criminosos terá que arcar de seu próprio bolso essas despesas, isso em um tempo em que os policiais já convivem com a falta até mesmo do reajuste linear anual, determinado pela Constituição e descumprido pelo Estado.

Como disse um policial com quem conversamos, “pronto pra voltar a usar o orelhão, será que tem internet???”

A “bandidagem” agradece!!!!

https://scamquestra.com/24-bekapy-sohranenie-informacii-dlya-sledstviya-6.html